"drowning in a sea of faces, hardly keep my head above the surface..."

thirst (by deav 2003)

Friday, January 13, 2006

true

i told you i’m true
as everything i said
if you don’t believe me
i don’t mind to swear

i won’t swear by the moon
its inconstancy rules the tides
i won’t swear by the sky
cause skies are doomed to fall
i won’t swear by the stars
they all eventually fade
i won’t swear by the universe
cause it expands to the end
i won’t swear by time
cause it doesn’t exist
i won’t swear by my life
cause it’s temporary
and i don’t care much about it now

i could swear by change
the only immutable thing
i could swear by music
the most sacred thing
but i'll swear by true love
cause it’s eternal
so by true love i swear
i am nothing but true
to you.

* * *

Monday, January 02, 2006

the floor – a journey through heaven and hell

the floor – a journey through heaven and hell

Condomínio da D. - Porto Alegre, 27 Nov 2005 - tarde

conheci a galera do RS de Poa e SP! teve o churrasco do pai do L. na casa da D. cheguei, deixei a mala no hotel e fui pra lá. foi muito legal, o pessoal é muito divertido. uma parte da galera do Rio também veio. é muito legal poder falar de Pearl Jam e todo mundo te entender. é como encontrar uma tribo perdida... e fazer parte de alguma coisa.

Blue Tree Millenium, Porto Alegre, 28 Nov 2005 – madrugada

tomorrow is the day
a long awaited dream
comes my way
though it seems
it’s hard to believe
tomorrow is the day

i hold back the feeling
i wait to exhale
i’d better say
i swallow the scream
cause it’s hard to believe
tomorrow is the day

it’s been a long journey
to get me here today
those things i’ve been yearning … (unfinished)


notas do caderninho:

12:00 – shopping Praia de Brisas – Banana Records – almoço com a galera. vimos Marky Ramone no shopping! (algo me disse que ele ia tocar no show!)

14:13 –tô aqui na fila de distribuição de pulseiras do 10C, no Gigantinho. a galera já fez uns cartazes, o clima ta bem legal. tô ficando tensa, aqui o ponteiro do relógio não anda... está um dia lindo, sol, nem tá tão quente (na sombra, né?). esperar...

14:40 – a banda acabou de chegar no aeroporto. quase que os meninos do rio viram, coisa de meia-hora...

15:... – peguei a pulseira!

16:10 – o R. trouxe o ingresso de Curitiba! a galera fez uma vaquinha e compramos um ingresso pra ele com um cambista...

? – o portão vai abrir pro 10C em 20 minutos. o R. chegou e trouxe as camisetas da banda. o segurança mal-encarado (ah, tadinho, é o Jake, o “urso polar”, gente boa...) pegou e disse que ia entregar... dali a pouco a Kerensa veio agradecer a camiseta e tirou uma foto muito maneira da galera.

mesmo lugar, 29 nov 2005 – madrugada – são duas da manhã, tô sentada na cama do hotel. tô usando minha camiseta preta com o stickman (não é original oooops). eu tento lembrar de tudo, mas a dor, a fome e a falta de sono me deixaram entorpecida. bom, eu sobrevivi!

o que eu me lembro: depois das notas do caderninho, tive que esconder minha caneta no tênis, porque a segurança não ia deixar entrar, ainda mais a minha caneta, que é de metal.

ser um membro do 10C provou ser uma coisa perigosa. tanto ódio de nossos companheiros fãs do PJ... depois de uma hora no sol, entrei, fui a terceira na grade, eu fiquei entre o Ed e o Stone. de vez em quando dava pra ver a Jill e a Olivia no palco, com aqueles protetores de ouvido enormes, muito fofa. a banda local e o Mudhoney foram duros de apreciar...

a banda entrou no palco por volta das 9 da noite. surreal. é... aquele é o Ed. o Ed. Mike, Stone, Jeff, Matt, Boom… eles pareciam tão familiares, como se eu já os tivesse visto milhares de vezes. Stone e Boom vestiram a camisa do Restless Souls pro show! nossa, foi muito legal.

é esquisito, eu não consigo lembrar o setlist, muito menos na ordem. só sei que começou com long road, me lembrou demais o Touring Band 2000 (só faltou a teia de aranha no pedestal do microfone hehe). em crazy mary o A. bebeu o vinho! o Marky Ramone tocou bateria em i believe in miracles!

duas horas e quarenta minutos de show. só via meus amigos do RS saindo da grade. eu fiquei. tenho hematomas pra provar, embaixo dos braços e no peito. algumas vezes não conseguia respirar, então eu respirava fundo quando dava, como na meditação... dois caras se revezaram me espremendo contra a grade (com um eu até fiz um acordo de ser almofada de grade pra poder ficar na frente dele). uma certa pessoa deveria estar fazendo aquilo, ai, ai... teve uma hora que eu fui levantada do chão pela multidão... fui arrastada um metro e meio da posição original durante o show. aprendi que do the evolution é uma música muito perigosa : ))) eu estava horrível, descabelada, empapada de suor de outras pessoas, nas costas, da cabeça até as pernas, um cotovelo maldito espetando meu antebraço esquerdo por uma hora sem parar, de propósito... a gente morrendo de calor e de sede, a produção começou a jogar água pra gente (depois de umas quatro horas implorando...). a batalha das palhetas foi difícil também, meus “protetores” pularam por cima de mim no fim do show...

enquanto toda essa loucura acontecia, eu pensava, “eu não vou fazer isso de novo!... talvez só Curitiba... São Paulo e Rio, vai ser impossível...”

Ed e Stone estavam tão perto que era surreal. Stone leu meu cartaz várias vezes e só ria... o aniversário do Matt no palco, com bolo e tudo... parabéns pra você em português... Mike tocando com a bandeira do Brasil nos ombros... Ed jogando pandeiros pros dois lados do palco, muuuuuito perto de mim, e eu sem filme na máquina... muita gente jogando camisas de flanela no palco... sem noção... acho que eles adoraram isso aqui. Ed batia no peito perto do coração toda hora.

tirei quase 40 fotos, espero que fiquem boas.

é isso, são quase três da manhã e eu tenho que dormir.

São Paulo, 01 dez 2005 – 21:45

estou em São Paulo. está caindo um temporal daqueles há mais de uma hora. estou no quarto 1951 do Hotel Formule 1 da Consolação. é muito esquisito, a pia e o box são dentro do quarto, mas é barato. ou é barato porque é esquisito. whatever. me sinto como ontem e, pra falar a verdade, como tenho me sentido desde que a jornada começou: sozinha. às vezes choro lembrando dos shows, ou por causa dos hematomas e da dor nos calcanhares, ou por tudo isso junto. e por causa da sensação de que alguma coisa está faltando. e é __. é irônico que a coisa que mais quis durante dois anos não é mais a coisa que eu quero. acho que só vou apreciar mesmo essa experiência depois que estiver de volta. já pirei, pensando em desistir, pensando se vale a pena. é uma loucura. descobri que o melhor de tudo é contar, compartilhar os momentos. nossa, o cigarro agora me deixou tonta. a ansiedade, o cansaço e o calor são tão fortes que desisti de fumar no show. e na casa da R. eu não quis, pra não empestear o ambiente daquela casa linda. demais pra mim, fiquei tensa o tempo todo pra não sujar ou estragar nada.

ah, os shows:

POA – o tempo não passa naquela terra. alguma distorção espaço-temporal, com certeza. o primeiro dia na fila do 10C. a galera da geral tava com ódio da gente depois de dormir na fila e ficar horas debaixo de um sol abrasador, mais quente que o Rio. fui a terceira na grade frontal, o palco a um metro e meio de distância, um metro e meio de altura. muito perto. Ed entrou com uma cara assustada, meio franzindo a testa, meio arqueando as sobrancelhas daquele jeito dele. cantou long road. juro que ele olhou pra mim... e franziu a testa de novo... seria por causa do meu cartaz “Greece – Pearl Jam – 2006”? acho que ele não entendeu nada. o R. (meu companheiro de pulseira) disse depois que o Ed leu meu cartaz, sim, bem naquela hora...

vi os caras muito de perto. surreal. e apanhei muito, a galera da geral castigou mesmo a gente. a maioria do pessoal do RS começou a ser retirada pelos seguranças por causa do calor. ficamos sem água durante horas de espera. eu era o “espaço vazio” na grade (eu e a C....), os seguranças tiravam todo mundo por cima de mim, levei muita sapatada na cabeça. houve músicas que nem escutei, de tanto que apanhei.

eu esqueci o setlist. vou ter que escutar os boots pra realmente ouvir as músicas. só sei que eles tocaram duas músicas da minha lista logo de cara, given to fly e i got shit (ah, o outro lado do meu cartaz era um setlist básico: in my tree, i got shit, given to fly, present tense, insignificance e nothingman), quase chorei...

a festa de aniversário do Matt no palco foi hilária, bolo, parabéns pra você em português, quase 13 mil pessoas cantando, o roadie enfiando o bolo na cara do Matt, Ed metendo bolo na própria cara e depois todo mundo jogando bolo em todo mundo e na platéia, Ed com a barba cheia de creme de bolo, ai, minha deusa... todos muito felizes, se abraçando, Ed batendo com o punho no peito daquele jeito dele.

nessa altura o primeiro cara que ficou atrás de mim se afastou e veio outro, que até me apoiou, me deu água (o Jake começou a distribuir porque os ambulantes não podiam chegar na frente), ficava arrumando meu cabelo e descansava o queixo na minha cabeça. quase romântico... só que na guerra das palhetas do Stone no final do show ele também me deu muita porrada. como eu quis que __ estivesse ali... fui um ótimo colchão de grade. hematomas nos braços e dor no peito e nos pés.

Ed ficou pertinho na beira do palco, quando foi distribuir os pandeiros. ah, Jill e Olivia estavam no palco. alguém me falou que na hora do “hey, hey” em alive , a Olivia estava curtindo tanto, levantando os bracinhos como a galera, que o Ed saiu do palco pra ficar com ela; muito legal.

ah, a menina que estava do meu lado conseguiu entregar o vinil pro Ed! ele chegou muuuuuuito perto....

nota: segurança de POA – Warriors – nota ZEROOOO! – a gente implorava que eles fizessem alguma coisa com o pessoal que estava empurrando de propósito, eles diziam que não podiam interferir, só tiravam quem passava mal, nem ligaram pros baderneiros. “vocês quiseram ficar aí, seus otários...”, riam da gente e tudo! e pegavam as palhetas e toalhas e depois queriam vender pra gente! um horror.

23:30 – parei pra jogar tetris na tv... manero... ainda tá chovendo... fiz meu lanche básico de batata frita pringle’s, coca-cola e um sacolé de mocinha chocolate. a única refeição decente que fiz foi em POA (29), no restaurante do hotel: salmão ao molho de açafrão com purê de batata. estava maravilhoso. mas não consegui comer tudo, acho que meu estômago diminuiu. estou com um certo piriri, ai, ai...

CURITIBA – gostei da cidade. diferente de Poa, lá a primeira impressão (uma viagem a trabalho) não muito boa, só mudou por causa das pessoas que conheci do RS. a pedreira Paulo Leminsky é um lugar muito bonito, só que o sol castigou. dessa vez fui melhor preparada, comprei umas cotoveleiras em Poa e uns adesivos de salompas, coloquei nos braços e no peito; não senti muita dor, só fiquei intoxicada com o cheiro de cânfora. amanhã vou colocar adesivos na sola dos pés, aí vai ficar ótimo. o tempo passou normalmente, acho que estou me acostumando. antes de entrar a V. e eu tiramos uma foto com o Jake “polar bear”; acho que ele estava se esforçando pra não rir, com aquela cara de mau : )))). na entrada pegaram meus sanduíches e a água que o P. (meu companheiro de pulseira) tinha me dado... fiquei na grade de novo, do lado do Mike, só que na lateral; foi o que se pode arranjar, tive que correr morro acima e depois morro abaixo, não tive pique. vi o show de lado, Stone, Boom e meio Ed : )))) olha, disseram que foram vendidos vinte mil ingressos, mas durante o show não parava de chegar gente, a Pedreira ficou lotada, devia ter uma quarenta mil pessoas. palco muito longe (apesar de eles terem tirado as pedras) e muito alto.tirei umas fotos da cabeça vermelha do Mike : )))) foi só o que consegui ver. não houve muita violência dessa vez. Ed estava muito louco, a banda entrou direto com corduroy e fez o setlist mais louco que eu já vi. sad e indifference foram surpresas. O Mudhoney entrou junto na hora de kick out the jams (motherfuckers!). Ed tropeçou, dançou, correu de um lado pra outro no meio da estrutura de metal da lateral do palco, pensei que ele ia se pendurar na coluna e tudo. acho que eles desencanaram dos shows de pista. as vezes ele parava e colocava a mão na testa pra olhar ao longe, sem acreditar em tanta gente. falou em português de novo, muito doce e engraçado. tá magrinho, as calças nem marcam a bunda, ai, ai... LUKIN. STBC. muito louco. fiquei perto da R. (foi a menina que fez o abaixo assinado!) e da M. nos encontramos hoje no aeroporto, as três com a mesma camiseta verde do Pearl Jam, parecia uniforme : )))) (o namorado da R. deu carona pra gente até o hotel aqui, muito legal). Ed disse que “vamos voltar se vocês quiserem”. duh... que tal amanhã? : )))) conheci o K. do RM! nossa, não vou ao fórum faz dois dias... tentei ligar pra J. hoje, não consegui, tô com saudade dela também ( e de ___...) comprei mais duas camisetas, a branca com a fênix e a verde acinzentada de manga comprida. amanhã vou comprar a do R.. comprei uma não oficial do stickman, coloquei dentro da roupa, no peito, ajudou a amortecer a grade... amanhã tem mais. vai se punk.

nota: fiz umas comprinhas de souvenir em Poa e em Curitiba. não vai dar pra lavar roupa (aqui não tem frigobar no quarto, que dirá lavanderia...) vou ter que improvisar. a camiseta limpa do RS eu vou deixar pro Rio. estou doida pra conhecer o V., meu “sobrinho” de Recife. é isso.

nota 2: segurança de Curitiba NOTA DEZ! educados, profissionais, competentes. dei parabéns ao Jake pela segurança.


Rio, 26 Dez 2005 – 18:46

só agora estou tendo tempo de escrever. a vida ficou ainda mais difícil depois que voltei dos shows. mas quero escrever antes que eu esqueça dos detalhes. se bem que acho que só vou lembrar é dos detalhes mesmo, daquelas coisas especiais que tornam cada show único. desde que voltei todo mundo me pergunta qual foi o melhor show, qual é meu favorito... não tem, é que nem filho...

SP1 – o temporal continuou durante toda a madrugada do dia 1º. a sexta-feira amanheceu nublada, percebi que senti muito frio à noite. tomei café (encontrei a M. de novo), saí na garoa pra ir ao banco e comprar uma capa de chuva descartável. depois fui andando até o Pacaembu, cheguei lá por volta das 11. a galera já tava por lá. mais horas de espera. muita gente do 10C, eu pensava, “tudo bem, se não conseguir grade já tá mais do que bom, já é demais eu ter conseguido grade duas vezes...” nesse dia adotei meu esquema “sacolinha”: saco plástico com minha câmera (levei dois rolos de filme dessa vez, em Curitiba também), meu cartaz (com duas músicas marcadas), uma outra capa de chuva que dei pra alguém. conheci mais gente de Sampa, dessa vez minha pulseira ficou com o P., não consegui achar o menino que ia ficar com a pulseira do C. foi tudo mais cedo, porque o show tinha que terminar antes das dez da noite. eu nem acreditei quando cheguei na grade de novo! o esquema da grade do Pacaembu era diferente, tinha uma quebradinha na ponta, fiquei bem ali. mesmo com o palco mais alto e mais longe, fiquei muito perto. choveu o tempo todo. o Ed disse que parecia Seattle... que era melhor do que Seattle! o ponto marcante pra mim nesse show foi man of the hour. foi a primeira vez que chorei mesmo, de soluçar. legal reencontrar o F. de Curitiba, o cara da segurança, muito gente boa. nessa altura até os seguranças americanos já conheciam a gente, o Jake mesmo de vez em quando olhava pra mim e perguntava se eu estava bem, também tinha hora que eu só me debruçava na grade e fechava os olhos, parecia que ia desmaiar... o esquema da água também foi muito melhor. saí do show muito feliz, muito leve, acho que chorar ajudou. consegui ligar pra J. ainda de lá, estava muito feliz.

cheguei no hotel tremendo de frio e com fome, mas corri pro RM e pro RS. estava com saudade do pessoal, doida pra compartilhar as emoções do dia. depois, lanche básico (só lembrava do salmão com purê de batata de Poa... ai, ai...), dessa vez incluí a rosquinha do côco que a J. gosta...

nota: os seguranças de SP foram muito legais também, sob o comando do F. a gente chamava todo mundo de Fonseca, o nome da empresa. não faltou água, no final a gente tava até desprezando...

SP2 – dia seguinte, mesma coisa. dessa vez comprei o jornal (fiz a mesma coisa em Poa e Curitiba, pra guardar pra posteridade...), mais filme e, importantíssimo, barrinhas de cereal, a única coisa que a revista deixava passar. foram para a sacolinha também. usei minha camiseta de manga comprida do PJ. não estava chovendo, mas ainda estava bem frio. cheguei lá pelas 11. e um tempo depois chegou o V.! nossa, foi muito legal, depois de, sei lá, mais de ano conversando pela internet, finalmente conhecer a pessoa é muito bom. ele é muito legal, divertido com aquele tamanho todo e o vozeirão de baixo humano. o tempo passou rapidinho dessa vez, conversamos o tempo todo, ele foi meu companheiro de pulseira. e não é que pegamos grade! eu nem acreditei. foi grade lateral, lado do Stone de novo. pra mim já tava mais do que bom. eu não podia imaginar que aquela grade lateral acabaria sendo a melhor coisa que me aconteceu em toda a turnê... várias coisas especiais aconteceram nesse show: eles tocaram present tense! pra mim a música mais impossível da minha lista. chorei muuuuuito, V. também (que fofo...); aí de repente a Kerensa tirou uma foto minha com meu cartaz. eu tô no site do 10C, com sacolinha e tudo! muito surreal. e então o ponto alto da turnê, pra mim: Ed desceu do palco de novo e passou a um metro de mim no corredor entre as grades! eu só pude apontar a câmera por baixo de milhares de braços e clicar. “bom, fotografei o cotovelo dele...”. quando revelei eu levei um susto: a foto ficou muito foda! Ed aparece perfeito, sem ninguém na frente, com a mão direita levantada, uma luz no rosto... MA-RA-VI-LHO-SO! essa foto valeu todo o sacrifício, todas as porradas e amassos, toda a dor, toda a fome e desconforto que senti. tudo valeu por uma foto... já virou papel de parede do puto... outra coisa muito engraçada foi Ed falando “perguntam porque não vimos antes, que porra estávamos pensando”! muito hilário. foi engraçado também quando Ed errou a gaita em you’ve got to hide your love away no encore e todo mundo começou a rir, inclusive ele. ontem passou esse show no especial de Natal da Band, nossa, me diverti muito contando pra família a minha aventura, parecia a primeira vez que tava vendo (não deixa de ser verdade, muita coisa eu não vi mesmo, como o Mike descendo do palco também...), mas ao mesmo tempo eu sabia que estava lá, minha voz tava naquele coro... acho que, pra alguém que passou a noite em claro e tava rouco, ele cantou muito bem. minha irmã ficou impressionada, “de onde esse cara tira essa voz?”

depois do show, um delicioso sanduíche, enorme e bem quentinho com muito ketchup e batata frita, na companhia do V., as patricinhas dos Jardins olhando pra nós, sujinhos e desmazelados, e nós nem aí pra elas, depois daquela noite incrível. “tchau, sobrinho... a gente se vê...”


Rio, 02 Jan 2006 – 18:07

RIO – acordei no dia 04 de dezembro ainda em São Paulo, caindo de sono. ainda chovia um pouco, meio friozinho. saí sem tomar café direto pro aeroporto. consegui o último lugar no avião, cheguei era quase meio-dia no Rio. já tava um sol daqueles. corri até a casa da F. e deixei a chave de Curitiba na portaria, pra R. pegar e voei pra Apoteose. cheguei lá por volta de 1 da tarde. “é, dessa vez não vai ter grade...” por incrível que pareça, eu que precisava de umas três pulseiras no início, acabei com uma sobrando; um menino que nem conheço acabou muito feliz por causa disso. por causa da desorganização, a fila foi movida por outro lado da rua, ainda dentro da Apoteose. aí foi meio punk, porque a galera da geral conseguiu pular as grades e veio com tudo pra cima da gente. a fila foi puxada pra frente, os seguranças não deixavam a gente sair, enquanto vinte homens tentavam segurar uma multidão de, sei lá, cinco mil pessoas. a coisa acalmou um pouco. encontrei a R. e a M. de novo, a gente tava conversando com o Rafa da mtv sobre a desorganização quando a boiada estourou de novo. não teve nem revista. muita gente do RS foi pra arquibancada. o M. acabou pegando um lugar pra mim na grade lateral, lado do Stone, pra variar, e acabou ficando na frente, até apareceu no telão. nesse dia a espera foi pior, porque os portões abriram na mesma hora de Sampa, mas o show começou mais tarde do que todos. fez um dia lindo, sem nenhuma nuvem no céu, um calor de doer. uma menina legal me deixou comer o fandangos dela, eu tava morrendo de fome. cheguei a dormir em pé várias vezes, encostada na grade, só percebi quando os joelhos dobraram. conheci um outro “Fonseca” gente boa, também chamado F., que adora rock e tem a voz igual a do Thaíde da mtv. quando o Mudhoney entrou já tinha anoitecido. meus calcanhares doíam absurdamente. cheguei a querer que tudo acabasse logo... é, pirei, com o cansaço e as dores. quando eles entraram, tentei trazer a magia de volta... não foi difícil... a dor passou na hora... depois é que fui ver que a alça do meu soutien chegou a cortar minha pele... punk. o highlight da noite foi insignificance. é, a quarta música da minha lista! depois descobri que in my tree tava no setlist, mas eles não tocaram... teve uma hora que eu percebi que o Jake tava conversando com a J. na grade, chegou a pegar a bandeira, quer dizer, a canga com a bandeira do Brasil que a galera veio assinando desde Poa... humm, alguma coisa ia acontecer... pois não é que o Ed viu a bandeira e o Jake entregou pra ele? foi o momento mais importante de toda a tour. acho que são as fotos mais bonitas também (não as minhas, nesse caso). Ed pegou a bandeira e leu as mensagens; a minha está bem na ponta inferior do losango amarelo... depois ele se enrolou na bandeira... depois ele virou de costas e abriu os braços, como se estivesse abrindo as asas... foi lindo! depois disse que essa ele ia guardar na casa dele! a galera do RS chorando, quarenta mil pessoas cantando “eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor!” muito emocionante. uma coisa engraçada foi Jake olhando pra Ed e perguntando, “aí, vai descer?”, meio rindo porque o palco era alto e não tinha nada pra ele pisar como em Sampa, nem aquelas caixas de equipamento. Ed riu e fez que não, tipo, “tá maluco?” só que o doido acabou descendo de novo, só que não andou no corredor dessa vez, só ficou na frente. outra coisa legal foi que eles não terminaram com yellow ledbetter, ainda tocaram baba o’riley! aí acabou, com a promessa de volta ano que vem, quem sabe... e aí eu comecei a chorar sem parar... acabou... acabou... e chorava e chorava. encontrei a menina simpática de Sampa, a G., que me abraçou emocionada também. acabei me perdendo de todo mundo. nossa, que tristeza, que solidão. milagrosamente consegui um táxi e fui pra casa (só nesse dia descobri que demoliram o Ballroom! passei na frente e “uai, cadê o Ballroom?” dias depois um taxista me disse que já tava demolido desde o início de novembro!).

pois é, foi isso. voltar ao trabalho foi difícil. meu organismo ficou abalado por uns dias. fiquei fora do ar, como se tudo não passasse de um sonho. as fotos tornaram tudo mais real. ainda não comprei os boots, preciso de ajuda de meus amigos informáticos pra baixar, ainda tô sem puto em casa. daí as coisas começaram a ficar muito ruins no fim do ano, tudo junto, quase pensei que era um novo capítulo das desventuras em série do meio do ano passado. posso dizer com certeza que a melhor coisa que me aconteceu em 2005 foi essa tour do Pearl Jam. foi a única coisa boa que não mudou, que não me deixou, que eu não perdi, que não me dá tristeza de lembrar. sei que isso vai ser meu pra sempre, ninguém pode tirar isso de mim (bom, se eu perder a memória, há fotos, gravações e esse texto... ia fazer questão de re-aprender isso tudo...). então, só me resta ser eternamente grata. não faria o que fiz, não passaria pelo que passei, por nenhuma outra banda. e estou pronta pra fazer de novo em... 2007? bom, já renovei minha membership no 10C... agora é esperar pelo novo álbum... e cultivar as amizades conquistadas, que isso é o mais importante.

* * * the end * * *